fui ao dentista na passada segunda-feira não consigo descrever o nível de desolação que atingi ao fim de cerca de 5 minutos de estar sentada na cadeira do dentista. o médico já me tinha dito que eventualmente teria que arrancar um dente para poder rodar os dentes do maxilar superior para a direita, e só arrancava quando um dos dentes atrás desse ficasse na posição correcta, como só coloquei o micro-implante em maio a probabilidade do dente chegar à posição final já este mês era pequena e portanto a previsão seria arrancar o dente em Agosto.
mantive a secreta esperança de não ser necessário arrancar o dente e ganhar o espaço necessário com a deslocação do outro, mas já se está a ver onde esta conversa nos leva não é? contrariamente ao esperado o dente que começou a ser deslocado em maio chegou à posição final e na segunda quando ouvi o médico perguntar-me se tinha ido preparada para arrancar o dente só me faltou levantar da cadeira e fugir. eu sei que isto pode parecer tolo da minha parte mas a verdade é que como andava com problemas muito maiores a percorrerem a mente e a alma a única coisa que queria era fazer a "manutenção dos cromados" que é como quem diz trocar arames e elásticos e marca a consulta do mês seguinte... não aconteceu isso, ele ia arrancar o meu dente (saudável).
para além disto a gengiva na zona do micro-implante decidiu cicatrizar, desta pequena intervenção, crescendo para cima do micro-implante causando uma situação inflamatória!
portanto no fim ficamos com várias intervenções incómodas, mas necessárias. ele fez então uma gengivectomia (creio que é este o nome) e que basicamente se traduz em queimar a gengiva por cima do micro-implante, não senti nada porque estava anestesiada mas via o fumo a sair da minha boca e cheirava a pele queimada que é bastante desconfortável... depois disto arrancou-me o dente e como me custou, custou não porque senti dor física mas na alma, não queria, não queria de todo perder um dente saudável... mas tinha que ser, é o arrancar desse dente que vai permitir deslocar os dentes para a direita e finalmente poder ficar com a linha dos dentes da frente alinhada com o lábio... eu sei que tinha que ser, mas não queria que fosse naquele dia, só isso, queria que fosse no mês seguinte, só que o mês seguinte entre as férias do médico e da clínica ficava demasiado longe e seria muito tempo de inactividade nos meus dentes. pronto, se é para arrancar é avançar e ficar já despachada, assim foi.
activámos o aparelho inferior, ou seja, trocou arame e elásticos, fez a gengivectomia e arrancou-me o dente. na próxima sexta-feira vou activar então o aparelho superior. nessa altura então tiro a fotografia e publico-a aqui.
há aqui uma questão de complexos que é difícil de gerir mas que vou ter que enfrentar (que remédio) e passar à fase seguinte, é que agora quando me rio vê-se a falta de dente e creio que até a falar se nota, eu sei que é por um bem maior que no fim vale a pena e que provavelmente ninguém nota a falta do dente como eu, mas custa-me, o que hei-de fazer? sei que este é mesmo um mal menor e vou ultrapassar de certeza, mas o que senti naquele dia junto com o resto das emoções com que tenho que lidar ultimamente ou talvez por causa do turbilhão de emoções com que tenho que lidar, não facilitam que esta fase aconteça mais rapidamente ou com menos implicações a nível de complexos. dou por mim a fechar o mais possível a boca e a evitar falar com as pessoas e quando tem que ser dizer o menos possível para poder fechar a boca quanto antes...

(obrigada pelo interesse demonstrado)